domingo, 11 de dezembro de 2011

Ele é bom de Bíblia

Para o campeão de concurso bíblico sul-americano, os jovens precisam descobrir que a Bíblia é atual e tem respostas para suas perguntas

Por Wendel Lima

Apesar de concorrer com outros dedicados candidatos, para o estudante de Matemática, Leonardo Galleni de Oliveira, de Olímpia, SP, a probabilidade de vencer o concurso bíblico sul-americano era alta. Criado numa cidade em que os testes sobre a Bíblia são uma tradição, ele se inscreveu no Bom de Bíblia 2011 por gostar de estudar o Livro Sagrado e para inspirar outros jovens de sua igreja a cultivar esse bom hábito. Além de crescimento espiritual, sua paixão pela Bíblia lhe rendeu um intercâmbio de três meses na Califórnia (EUA). Leonardo fala sobre seu método de estudo e como a participação no concurso o beneficiou espiritualmente.

Por que e quando decidiu participar do concurso?

Decidi participar do concurso assim que fiquei sabendo do Bom de Bíblia. Quis participar porque desde a minha juventude sou apaixonado por concursos bíblicos e para servir de incentivo aos jovens da minha igreja.

Você achava que tinha chance de ganhar?

Sim, porém achava que ia ser muito difícil, como realmente foi, porque estava muito atarefado e havia outros concorrentes muito dedicados. Percebi que a chance de ganhar era real quando comecei a fazer a última prova e vi que me lembrava de quase tudo o que estava sendo perguntado.

Qual foi a fase mais difícil?

Todas as fases foram difíceis. Desde a etapa distrital já havia candidatos fortes. Mas, para mim, a fase mais disputada foi a da associação, que venci por apenas um ponto de diferença para a segunda colocada.

E que método de estudo você usou?

Já venho estudando para concursos há vários anos, então tenho várias anotações, textos grifados e perguntas arquivadas que posso usar. Mas em 2011 também participei elaborando um concurso para os jovens da igreja que frequento. Com certeza, isso foi de grande ajuda.

Quando você embarca para o intercâmbio na Califórnia?

Ainda não sei muito bem, porque tenho que fazer ajustes no meu emprego, mas possivelmente devo viajar no segundo semestre de 2012. Ainda não falo inglês e nem faço aulas. O que conheço de inglês é através de músicas e filmes, mas não é muito. Pretendo aproveitar para passear bastante por lá nos momentos vagos, porque não é todo dia que se ganha uma viagem para os Estados Unidos.

No que a competição o ajudou espiritualmente?

Em várias coisas. Cada vez que se lê a Bíblia, uma lição nova é aprendida. A parte da Bíblia que mais me chamou a atenção foi a dos evangelhos, principalmente as parábolas de Jesus. Alguns trechos que passamos rapidamente na leitura, tornaram-se mais claros e atrativos para mim. A sabedoria ali encontrada é superior a encontrada em qualquer outro livro.

Sua dedicação inspirou outras pessoas?

Na medida em que ia vencendo as etapas, via algumas crianças querendo ser como eu, então aprendi que aquele que estuda a Bíblia é observado e se torna exemplo. Por isso, procuro me esforçar para minha vida condizer com meu estudo.

O que fazer para popularizar o estudo da Bíblia entre os jovens?

Há muitas coisas. Penso que, em primeiro lugar, os jovens só vão ler a Bíblia se houver uma cultura em seus lares que favoreça isso. A igreja pode ajudar promovendo concursos como esse. E em terceiro lugar, deve-se apresentar aos jovens a Bíblia como um livro atual, que tem as respostas para suas perguntas.

Para saber +
http://www.bomdebiblia.com.br/

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Direito reconhecido

Estudante recorre à legislação sobre prestação alternativa e testemunha em relação à guarda do sábado


Por Wendel Lima

A imagem de Quielze Apolinário Miranda, 19 anos, esteve recentemente em destaque em dois dos principais portais de notícias do Brasil: Folha.com e G1.com. A razão? Ela ganhou uma decisão judicial que lhe deu o direito de ter suas faltas nas aulas de sexta-feira à noite abonadas. A resolução foi determinada tendo como base o direito de prestação alternativa de atividades acadêmicas em casos de escusa por motivo de consciência. Quielze, estudante adventista de Relações Internacionais, em Bauru, SP, contou com o respaldo da lei paulista 12.142/2005, além dos artigos 5º e 9º da Constituição Federal. Nesta entrevista, ela relata por que procurou um recurso judicial e como esse caso tem testemunhado a favor da fé adventista.

Que tipo de negociação você buscou com a universidade?

Desde meu ingresso à universidade, eu estava ciente de que teria aulas às sextas à noite, porque meu curso só está disponível no regime noturno. Quando chegasse o momento de me pronunciar, esperava ser atendida ao entregar o costumeiro documento que os pastores adventistas fornecem falando sobre o motivo de nossa ausência às aulas aos sábados. Por isso, primeiramente fiz um requerimento na secretaria da universidade, com minhas próprias palavras, explicando minha crença e dando minha sugestão para a resolução do problema. Mas, infelizmente, pouco tempo depois recebi o resultado: requerimento indeferido por falta de amparo legal. Recorri ao coordenador do meu curso, que disse entender minha situação e que intercedeu por mim diante da pró-reitoria. Porém, eles também não foram favoráveis. Acredito que a universidade não entendeu o quanto era importante para mim essa concessão.

Quando você decidiu entrar com o recurso judicial? Qual foi o procedimento seguido e que argumentos foram apresentados?

Eu não tinha conhecimento de que um recurso legal resolveria minha situação. Um advogado da minha igreja, que foi um dos que entrou com o recurso, comentou sobre essa possibilidade, e me aconselhou a fazê-lo. Porém, a princípio eu tinha receio que isso causasse discórdia entre mim e a faculdade. Como o recurso foi necessário, pedi a orientação de outro advogado que frequenta minha igreja. Ele, com o advogado que havia me aconselhado, elaboraram um mandato de segurança, tendo como base os artigos 5º e 9º da Constituição Federal, as normas do Pacto de São José da Costa Rica e do Pacto sobre Direitos Civis e Políticos (tratados internacionais que o Brasil obedece), além da lei paulista 12.142/2005, que assegura aos cidadãos a liberdade de religião, com a prestação de trabalhos acadêmicos alternativos.
Como seus colegas e professores reagiram?

Desde o começo, meus professores e colegas torceram por uma decisão favorável a mim, por isso ficaram muito felizes com o resultado. Mas eu não esperava que um simples caso fosse virar notícia e dar tamanha repercussão. Não tenho dúvidas de que isso é a mão de Deus agindo, é Ele usando a mídia, a mim, e a muitas pessoas para pregar Sua verdade. Muitas pessoas têm vindo falar comigo, adventistas, ex-adventistas, e de outras religiões. Pessoas que tiveram a fé fortalecida e até que voltaram a frequentar a igreja.

Como foi o contato com os jornalistas?

No mesmo dia em que ganhei a causa, fiquei sabendo pelo meu advogado que a Folha de S.Paulo havia ouvido meu caso, talvez pela Rádio Justiça, e se interessou em fazer uma matéria. Mais tarde, o repórter do jornal ligou para mim, fez algumas perguntas, e uma semana depois a matéria saiu. E quando foi publicada, a TV TEM, afiliada da Rede Globo, também entrou em contato comigo. A pessoa que fez essa ligação havia estudado em colégios adventistas. Foi uma experiência satisfatória, porque no fim da entrevista na minha casa dei ao repórter um DVD Profecias Para o Tempo do Fim, do pastor Roberto Motta, e o livro A Grande Esperança.

Você é uma boa aluna?

Eu tenho boas notas e boa frequência às aulas. Com certeza isso conta muito nessas horas. Minhas notas foram anexadas ao mandato de segurança feito pelos advogados. Creio que a universidade trata de forma diferenciada o pedido de um bom aluno. E creio também que a conduta de um jovem adventista é mais observada por causa dos valores que professamos.

O que você diria para outros estudantes que passam por situação semelhante?

O objetivo da matéria da Folha de S.Paulo era que outras pessoas que passam pelo mesmo problema soubessem que têm seus direitos garantidos. Espero que isso esteja sendo alcançado. Até pouco tempo, eu não sabia que esse caso poderia ser resolvido na justiça. Mas aos que enfrentam isso, aconselho que façam primeiro como eu fiz, tentem conseguir o respeito a esse direito através do diálogo, sempre pacífica e pacientemente. E, caso não tenham sucesso, procurem um advogado de confiança que oriente quais passos seguir. Porém, acima de tudo, tenha em mente que o mais importante é “obedecer a Deus que aos homens” (At 5:29).

Para saber +
ablirc.wordpress.com

liberdadereligiosa.org.br
irla.org