Pouca gente sabe que Isaac Newton, um dos maiores cientistas de todos os tempos, era também estudioso das profecias bíblicas. Surpreendentemente, a revista Sapiens nº 4 (“filha” da Superinteressante) chamou atenção para esse lado pouco conhecido da história. O texto, com a chamada de capa “A face oculta de Isaac Newton”, afirma que o cientista passou a vida estudando a Bíblia para “prever quando Jesus voltaria à Terra”. O subtítulo, por sua vez, deixa claro o preconceito embutido: “Isaac Newton, quem diria, era um religioso fanático”. Fanático? Na verdade, o fato de Newton não ver contradição entre ciência e religião deveria fazer os cientistas céticos de hoje reverem seus conceitos.
A matéria diz mais: “No caso de Newton, o misticismo e a religião não só conviveram com a ciência como a fortaleceram. ‘Seu mergulho profundo nas experiências alquímicas [...] e nas raízes da teologia pode ter influenciado seus pensamentos a respeito de uma visão mais ampla do Universo’, afirma Michael White, autor da biografia Isaac Newton – O Último Feiticeiro.”
Segundo Sapiens, Newton morreu afirmando que o movimento e as órbitas dos planetas eram definidos por Deus, assim como a composição da matéria. “Se os homens, animais etc., tivessem sido criados por ajuntamentos fortuitos de átomos, haveria neles muitas partes inúteis, aqui uma protuberância de carne, ali um membro a mais”, escreveu o cientista, que “encarava o aprendizado como uma forma de obsessão, uma busca a serviço de Deus”, nas palavras de James Gleick, autor de Isaac Newton.
No fim da matéria, somos informados de que, nos últimos dias de vida, Newton passou a dedicar mais tempo ao estudo da Bíblia. É bastante significativo o fato de que, depois de tanto estudar várias áreas do conhecimento, Newton tenha se dedicado à Bíblia. Teria percebido nela uma fonte mais coerente e segura de informações e de inspiração?
Michelson Borges, editor