Adolescentes e jovens não se interessam em igreja e religião. Essa impressão às vezes leva os pais e líderes espirituais a coçar o queixo, franzir a testa e declamar discursos de ordem. Porém, isso pode refletir muito mais a realidade dos adultos e seu próprio desinteresse. É o que revela uma pesquisa entre adolescentes e jovens norte-americanos, realizada pelo Barna Research Institute.
Segundo a pesquisa, os adolescentes e jovens vão mais à igreja do que os adultos e participam mais de reuniões de pequenos grupos. Apesar disso, eles oram menos que os adultos e leem menos a Bíblia (10% menos, em ambos os casos). O que a juventude mais espera em relação à igreja (45%) é “louvar e ter uma experiência de comunhão com Deus”. Conhecer melhor as próprias crenças é a segunda principal preocupação desse grupo (42%). Entre as preocupações menos importantes, estavam participar de um grupo de estudos (19%) e estudar a Bíblia (18%).
Embora adolescentes e jovens desejem ter comunhão com Deus e conhecer mais a respeito das próprias crenças e valores, parece que têm pouca paciência para os modelos tradicionais de estudo da Bíblia. A geração Orkut tem dificuldade em assimilar formas de estudo bíblico lineares e não interativas. Isso não representa falta de espiritualidade, mas revela uma nova forma de encarar a vida e aprender. Essa realidade desafia pais e líderes espirituais a deixar de lado o conforto dos seus próprios modelos e buscar formas de maior interação, estabelecendo conexões entre a mensagem em seu contexto histórico, os dramas e as alegrias do público jovem, e a realidade atual.
Adolescentes e jovens estão em uma fase de definição de seu futuro espiritual. Mais do que doutrinados, querem ser ouvidos quanto às suas dúvidas, aconselhados em relação aos seus temores. Então, poderão ser guiados à fonte de toda a verdade e estabelecer links infinitos entre a Palavra e a vida.
Guilherme Silva, jornalista