A Bíblia coloca o sexo em sua verdadeira moldura. Segundo o Pastor Edson Nunes Jr., líder da comunidade judaico-adventista de São Paulo e mestrando do Centro de Estudos Judaicos da USP, “a visão judaico-bíblica do sexo é baseada claramente em Gênesis 1 e 2, ou seja, o sexo foi criado por Deus e instituído antes do pecado”. Edson destaca uma nuance interessante do texto: Deus diz que homem e mulher formam “uma só carne”, isto é, eles se tornam um, e essa é a principal característica do próprio Deus (Dt 6:4). “No sexo, o ser humano deve refletir o caráter de Deus, daí a importância do sexo como fator de santidade”, afirma Edson. “É importante notar que Moisés ‘gasta’ boas páginas de Levítico, Números e Deuteronômio para tratar de pecados sexuais. Outro fator importante é a questão do sexo dentro do casamento. A história de Isaque é o exemplo mais claro.”
Para o Pastor Edson, Cantares 2:16 estabelece o padrão de relacionamento sexual: um homem e uma mulher. Ele é dela e vice-versa. Não há inserção de terceiros. Sobretudo, o que leva ao sexo, erotismo e prazer entre eles é justamente essa reciprocidade (companherismo, intimidade, interação, parceria, compromisso), uma espécie de pacto pleno, um pertencer ao outro único, completo, profundo.
Infelizmente, para tudo o que Deus fez e abençoou, Satanás criou uma contrafação. Deus criou o sexo, o inimigo criou a licensiosidade. Deus orientou o namoro, o diabo inventou o “ficar”. Deus criou o homem para apreciar a beleza feminina, o anjo caído tratou de saturar o mundo com a superesposição do corpo da mulher, tornando-a um objeto e estimulando o adultério – de fato ou mental.
Mas, aqui também, o que Deus quer é que voltemos ao plano original, com a ajuda dEle.
Michelson Borges, editor